Mônica Vermelha

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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Eu amei o que vi em Cuba e mostro para vocês: Diário de Viagem.

Antes algumas imagens que me pareceram importantes e reveladoras e que mostram que CUBA é muito mais do que o que geralmente vemos na tv:

Uma placa no meio do caminho!









Museu da DENÚNCIA.


Museu da DENÚNCIA.




Prédios antigos sem restauração.
Museu de Arte Moderna - Havana
Cidade do interior
Sem legenda.
Bairro do Vedado
Somos doze amigos que decidiram conhecer - alguns rever - Cuba e mostrar aos amigos que aqui ficaram, imagens do que é realmente Cuba; sim, um dos nossos objetivos principais era e é desconstruir alguns mitos disseminados pela mídia hegemônica que retrata Cuba como uma Ilha miserável, atrasada e autoritária da qual TODOS querem fugir. Vimos que não é bem assim, é verdade que lá a maioria dos carros são velhos, que muitos prédios são velhos e mal cuidados, que o acesso a internet é difícil, que as pessoas tem direito a uma cesta básica e que o acesso a alimentos que não constam nessa cesta é difícil para a maioria da população, que o transporte de longas distâncias, é uma dificuldade real na Ilha. Mas, é verdade também, e vamos mostrar pelas fotos, que lá existem carros mais novos e bons; que existem casas lindas e bem cuidadas, mas nenhuma mansão; que existem ruas largas e bem cuidadas; praças muito bonitas; monumentos bonitos, bem cuidados e reverenciados pelos cidadãos cubanos; muitas escolas; postos de saúde; museus; teatros; cinemas; associações; lojas; supermercados, hotéis; igrejas; academias de ginástica, bares, restaurantes e cafés de todos os tipos; campos e ginásios esportivos; e, principalmente, que lá existe muita gente feliz, alegre, que adora cantar, dançar e fazer galhofa e que ama o seu país com devoção. A mim particularmente, me encantou o patriotismo genuíno dos cubanos; o amor pela Ilha e pelos heróis cubanos em suas palavras, músicas, monumentos e celebrações é algo realmente bonito de se testemunhar!
Ponto de "táxi" no interior.
Sem legenda
















Bom vamos aos nossos doze dias em Cuba!

Fomos e voltamos em vôos diferentes, mas, durante doze dias estivemos juntos em Cuba e visitamos as cidades de Havana, Matanzas/Varadero, Santa Clara, Camaguey e Santiago de Cuba; para isso rodamos de ônibus quase a ilha inteira. 
Na área de desembarque do aeroporto de Havana, extremamente simples (sim, parecia uma rodoviária de interior) fomos recebidos pelos companheiros que já haviam chegado e pelo nosso guia, o simpático Gastón, fizemos o câmbio, comprando com euros alguns CUCs, moeda cubana para turistas. Gastón nos levou até o ônibus, nos apresentou o motorista Harolds - extremamente competente, simpático e gentil - que também esteve conosco nos doze días que lá estivemos. No ônibus nos foi servido um lanche: pão com presunto e mussarela e refrigerante tu-cola e rumamos para o Hotel Copacabana, onde alguns companheiros ficaram hospedados e para casas particulares, no Bairro de Vedado, onde ficamos os demais. A casa em que fiquei hospedada era uma casa semelhante à minha própria, só que na minha casa não tem ar condicionado - que realmente é imprescindível  para se lidar com o calor cubano - extremamente bonita, arejada e agradável. Nossa anfitriã Myriam, dona de simpatia e presteza infinitas, nos mostrou o quarto-suíte e a varanda em que tomaríamos o café da manhã, nos deu as chaves e nos propôs um acordo: ia falar devagar para que nós a entendêssemos e iria nos ensinar um pouco de espanhol e nós, um pouco de português a ela! Claro que nos apaixonamos! Myriam ainda nos disse que sabia do que estava acontecendo no Brasil e que torcia para que Lula, o candidato do povo, fosse libertado e ganhasse as eleições, ela se juntou a nós no #LulaLibre!  

Havana - rua próxima ao Aeroporto.
Arredores de Havana - vista do avião.
Tomamos um banho rápido e já fomos para o jantar oficial de boas vindas na Casa de la Amistad.  A Casa de la Amistad é linda, bastante antiga, ampla, com um jardim maravilhoso, conhecemo-la e fomos a uma pequena lanchonete dentro da Casa para experimentar as cervejas e os drinks cubanos. Cervejas cubanas são duas: Bucanero e Cristal, gostei mais da Bucanero, mais forte, puro malte! Tem também uma cerveja importada muito popular que é a Presidente, importtada de Santo Domingo, mas não gostei dela. Bom, fomos ao jantar e ficamos divididos em duas mesas, na nossa contamos com a presença de Yaris, a responsável do ICAP – Instituto Cultural de Amizade Entre os Povos - pelas relações de amizade com o Brasil. Fizemos já na primeira noite, uma conversa muito boa sobre os desafíos da organização popular, o papel da mídia e a construção de uma alternativa mais justa e igualitária para o povo de um país. Yaris nos fala do bloqueio económico do governo dos Estados Unidos que impõe ao povo cubano uma vida cheia de restrições e vaticina: o único caminho para resistir  à dominação imperialista/capitalista é a organização popular, é a conscientização e mobilização do povo. E esclarece: “os governos estadunidenses são nossos inimigos, mas o povo estadunidense não, temos muitos amigos, pessoas que nos são solidárias e que nos ajudam, nos Estados Unidos!” 
O jantar e os drinks estavam maravilhosos, as opções de prato principal incluiam: "moros e cristianos”, “ropa vieja”, “lagosta” e “camarones grillados” e uma opção vegetariana que, confesso, não sei no que consistia; e os drinks: mojito, daiquiri, cuba libre e cervejas. Bom, terminado o jantar, uns foram dormir, e outros, menos ajuizados, foram fazer uma primeira visita aos bares de Habana Vieja!


Em frente ao Hotel Copacabana
A turma na frente da Casa da Amizade
O jantar na Casa da Amizade.


 No segundo dia - 19 de julho – Tomamos o café da manhã na simpática varanda da casa de Myriam, muita fruta (mamão, manga e goiaba), suco, um pão delicioso com ovos mexidos, café cubano forte e leite. E fomos esperar o ônibus que nos levou a visita guiada ao Museo de la Revolución, e aí vimos os buracos dos tiros no antigo palácio do governo, uma porta falsa por onde Batista fugiu, as esculturas em tamanho real de Chê e Camilo Cienfuegos, ouvimos histórias divertidas deste bem humorado guerrilheiro e vimos aviões, jeeps e carros usados pelos revolucionários e tombados por eles, além do belíssimo memorial aos Heróis da Revolução.


Monumento aos Heróis da Revolução

Perto do Museu da Revolução 

O bar LA BODEGUITA DEL MEDIO.
E veio o almoço em La Moneda Cubana, delicioso, com as opções costumeiras, drinks e música cubana ao vivo. Demos uma volta por Havana, vendo a parte mais nova e a chamada Havana Velha, como o Mercado São José estava fechado, dispensamos Gastón e Harolds e fomos bater perna, simplesmente andar, entrar em bares, ver com nossos próprios olhos um pouco de Havana  a chamada Havana Velha e aí conhecemos o famoso bar La Floridita. E às 21:00hrs fomos assistir ao Cañonazo, uma cerimônia de tradição secular, dos tempos em que a cidade, estratégicamente localizada, era protegida de possíveis ataques estrangeiros por mulharas, mantida até hoje, a tradição. Todos os dias pontualmente às 9h da noite, Havana treme com um disparo de canhão efetuado no alto da Fortaleza San Carlos de la Cabaña! A celebração é realizada por jovens militares vestidos a caráter, com roupas utilizadas por militares espanhóis no período colonial. Uma bonita e prestigiada cerimônia assistida por cidadãos cubanos e turistas.       

Fortaleza San Carlos de la Cabaña.

Fortaleza San Carlos de la Cabaña.


No dia 20 de julho, café da manhã e Encontro com Representantes de diversas organizações da Juventude Cubana: UJC- FEEM – FEU. Ouvimos e fizemos perguntas; informações importantes: as organizações de juventude são massivas, a FEU tem espaço e é ouvida de fato na Assembleia Nacional de Cuba e no Ministério da Educação. Para ter cargo de direção na FEU, o estudante não precisa ser filiado ao Partido Comunista, todo cidadão cubano que quer fazer curso superior tem a oportunidade de fazê-lo, basta que tenha uma história de dedicação aos estudos; os jovens cubanos se formam para melhor servir à sua patria, Cuba recebe estudantes do mundo inteiro e envía estudantes a outros países também. Os jovens recém formados já saem da universidade empregados. 
Às 12:00 hrs almoço em restaurante local (Le Chansonier), sempre com comida gostosa, típica, drinks e música cubana.
Às 14:00 hrs visitamos  a Federación de Mujeres Cubanas, foi um Encontro muito legal! Conhecemos a Federação, entendemos um pouco de seu funcionamento e organização e ainda conhecemos um pouco da história de algumas mulheres que tiveram papel importante na Revolução Cubana. 


Reunião na Federação Das Mulheres Cubanas.

Teminado o Encontro fomos, mais uma vez, bater perna em Havana e acabamos chegando ao Sindicato dos Artistas Cubanos, onde tomamos cerveja, ouvimos música, assistimos esquetes teatrais com ares de teatro de revista e cantamos (!!!!!!!!!!!) para eles!!! Haja cara de pau!!! Rsrsrsrs… As apresentações aconteceram num jardím da casa, foi delicioso! Ao sair do Sindicato dos Artistas, tomamos o transporte público rumo ao centro de Havana com o intuito de tomar mais uns drinks e depois fomos ao show do Kelvis Uchoa, um dos artistas mais queridos pela juventude cubana, no Museu de Arte Moderna.


Um passeio-praça em Havana!

Mais um pouco da Havana Velha com alguns prédios sendo restaurados.

Com Heminguay no bar La Floridita.
No sábado 21 de julho, nosso quarto dia em Havana, visitamos o Memorial José Martí. Guiados por um jovem e simpaticíssimo guía, aprendemos sobre a vida e a história daquele que é considerado o Apóstolo Nacional de Cuba. O museu é lindíssimo, tem uma arquitetura maravilhosa, um acervo riquíssimo e está situado numa praça ampla onde estão prédios ministeriais nos quais estão inscritos os rostos de Camilo e Chê. Este é o local onde Fidel, muitas vezes fez discursos (longuíssimos) a centenas de milhares de cidadãos cubanos.  E, no último andar do prédio onde está o museu, um Mirante que nos dá uma linda visão de Havana do alto.

Camilo Cienfuegos - Praça da Revolução - Havana

Museu José Martí - Havana

Catedral - Havana 
Havana vista do Mirador do Museu José Martí.


Demoramos bem mais que o previsto aí e depois fomos ao Museu da Denúncia, um museu moderno e interativo que denuncia as ações criminosas dos Estados Unidos contra a Revolução Cubana, nesse Museu estão documentados fatos da guerra de contra-informação, da guerra biológica, do sequestro de crianças cubanas, dos atentados contra Fidel, da batalha de Girón e outros fatos da historia nacional posterior a 1959.


Museu da Denúncia
Museu da Denúncia



Museu da Denúncia - vítima da guerra bacteriológica



Museu da Denúncia 














Às 13:00 hrs almoçamos no restaurante La Casa.
E já às 16:30 chegamos ao Museu de Belas Artes, que visitamos de forma muito corrida e onde tivemos, uma pequena amostra da arte (pintura e escultura) cubana. Uma pena ter sido corrida essa visita, mas os dois museus anteriores foram visitas valiosíssimas em que aprendemos muito, não podemos ter tudo!
Andamos um pouquinho por Havana Velha, passamos pelo Bar La Bodeguita e fomos assistir ao Show de  Omara Portuondo, a Diva adorada pelos cubanos, com quase noventa anos a cantora fez um show belíssimo, acompanhada por jovens cantores e músicos cubanos, foi ovacionada por todos nós! E ainda fomos dar uma voltinha pelo Marejón!


Uma rua de Havana Velha
A praça, os prédios e os carros antigos, lindos!





Omara Portuondo em Show na Praça.
Uma rua qualquer no Bairro de Vedado
No quinto dia, domingo 22 de julho, saimos para Varadero,  e passamos, já em Matanzas, no Castillo de San Severino para conhecer la Ruta del Esclavo e o Museu da Escravidão. 


Matanzas - Ruta del Esclavo

Museu da Escravidão - Matanzas
Museu da Escravidão - Matanzas
Almoçamos  no restaurante El Chiquirrín e fizemos uma rápida passagem pelo centro da cidade de Matanzas, chegamos às 16:00 hrs no Hotel de Varadero Arenas Doradas.

O sexto dia, 23 de julho, foi livre em Varadero, vida mansa, praia linda, drinks deliciosos, caminhadas pela praia e show à noite no hotel.





No sétimo dia, 24 de julho, saímos cedo para Santa Clara. Fomos, na chegada a Santa Clara, conhecer o museu do Trem Blindado; numa "praça" estão lá alguns vagões do antigo trem, símbolo de uma vitória da inteligência; ali estão vários objetos usados naquela batalha, desde camas até armas, passando por objetos pessoais dos guerrilheiros. Ali, Chê, numa manobra ousada, venceu a batalha no blefe, evitou muitas mortes e conquistou soldados adversários para as fileiras da Revolução. 
Em seguida fomos ao Complexo “Ernesto Guevara”, onde está o mausoléu de Chê e outros heróis nacionais, a estátua gigante de Chê, o museu, a tribuna  e os mármores dos nichos onde descansam vários dos companheiros de Che Guevara na guerrilha que organizou na Bolívia nos anos 1960.  Trata-se de uma praça, grande, bonita e bem cuidada onde o povo de Santa Clara, de Cuba e do mundo inteiro reverenciam o herói de muitas batalhas pela igualdade, pela dignidade e pela soberania dos povos latino-americanos.  

Às 12:30hrs almoçamos no restaurante La Granjita e, depois da boa comida, alguns drinks e boa música fomos visitar a policlínica Marta Abreu, onde médicos e enfermeiros muito simpáticos nos receberam e explicaram um pouco sobre o sistema de saúde de Cuba. Os médicos afirmam que a Saúde aqui é organizada a partir de dois princípios básicos: a prevenção e a integração. A organização básica é por meio dos chamados médicos de família, sistema onde as localidades são divididas e cada médico fica responsável pelas famílias de uma área circunscrita, que recebem a visita do médico, no mínimo, uma vez a cada seis meses. Tivemos várias informações, me lembro de algumas: o remédio mais caro de Cuba custa o correspondente a US$1; Cuba já tem a vacina contra o câncer de pulmão, quando uma pessoa adoece o seu médico a acompanha até que ela esteja curada, mesmo que ela tenha que ser encaminhada a outro(s) médico(s); Cuba não tem problema com drogas e começa a ter alguns casos de alcoolismo; de fato, andando pelas ruas das cidades, não vimos o que aqui chamamos de "noiados", não vimos moradores de rua, não vimos crianças pedindo, encontramos em todas as praças que visitamos apenas dois senhores idosos que pareciam estar bêbados. 


Estátua Gigante de CHE - Santa Clara
Che e sua declaração de amor à América Lat





A equipe de profissionais do Centro de Saúde de Santa Clara
Tabela de preços dos serviços de saúde


Consultório Dentário

O Corredor do Centro de Saúde.

Após essa visita fizemos um pequeno passeio pelo centro de Santa Clara e mais uma vez, constamos uma cidade "normal" com casas mais antigas e sem conservação, com casas simples mas bem conservadas, com pequenos estabelecimentos comerciais, com gente vendendo coisas na rua, especialmente verduras, com pessoas trabalhando e levando a vida normalmente.
Fomos ao alojamento do ICAP, não falei antes sobre isso, mas, o acesso a internet em Cuba ainda é muito restrito e depende da aquisição de um cartão onde raspamos um número de usuário e uma senha e, em locais determinados onde há wifi público, acessamos a internet, é assim que funciona para os cidadãos cubanos também, porém para eles o cartão custa bem mais barato; eu, comprei um cartão que me dava direito a cinco horas de acesso por cinco CUC's (+ ou - R$20,00). No ICAP aconteceria um encontro improvisado com estudantes estrangeiros que acabou não ocorrendo, jantamos e ficamos num longo e agradável bate-papo com o nosso guia nos jardins do alojamento, uma cervejinha e fomos dormir. . Duas companheiras foram para o carnaval que, segundo elas, estava ótimo, participação popular, de artistas, bem organizado, sem nenhum ato de violência ou confusão, com famílias inteiras participando e se divertindo em total segurança, uma experiência ímpar para elas e dizem as más línguas que ainda rolou um flerte com um cubano bonitaço! Rsrsrs....


Catedral de Santa Clara

Academia privada.

Recepção da Academia

O antigo e o moderno em Santa Clara

Pátio do ICAP Santa Clara

Restaurante - Santa Clara

Pátio ICAP Santa C
Fidel na Praça de Santa Clara 
No oitavo dia, 25 de julho, saímos cedo rumo a Santiago de Cuba, às 12:30hrs almoçamos em Camagüey  no simpático Campana de Toledo, e vimos um pouco de Camaguey, uma cidade extremamente simpática e mais bonita que Santa Clara. Nas estradas de Cuba - tal como as do Brasil, algumas estreitas, sem acostamento, com asfalto em más condições e outras duplicadas e lisas - o trânsito não é muito fácil, pois muitas vezes o ônibus fica por algum tempo retido, impedido de ultrapassar se a via é estreita, atrás de um trator, uma carroça, um caminhão velho ou uma bicicleta ampliada que transporta pessoas e, nesse ritmo chegamos a Santiago por volta de 20:30h, jantamos e fomos dormir, visto que, no dia seguinte acordaríamos as 3h da madrugada para participar do Ato em comemoração ao Assalto ao Quartel de Moncada. A data 26 de julho é uma data importantíssima para os cubanos, em muitas janelas e sacadas vimos bandeiras de Cuba e dessa data estendidas juntas e vimos povo na rua participando das comemorações.

O ato do dia 26 de Julho, extremamente formal, começou pontualmente às 05:12, horário em que há 65 anos o quartel foi tomado de assalto pelos guerrilheiros. A cerimônia tem apresentação de grupos de crianças, orquestra com bailarinos e discursos de autoridades, sendo o ápice o discurso de Raul Castro que, ao contrário do irmão Fidel, não falou por horas, fez um discurso de 30min, provavelmente, falando sobre a revolução, sobre os heróis cubanos, sobre a soberania nacional e sobre a constituição cubana que está sendo revista e será submetida a referendo popular quando aprovada pela Assembleia Nacional de Cuba. Raul falou também sobre o Brasil, falou do golpe de estado, travestido de impeachment, promovido no Brasil com a cumplicidade do judiciário e da mídia, da prisão injusta de Lula que foi condenado sem provas por uma justiça partidária e vaidosa que adora os holofotes da mídia conservadora do Brasil. O ato, no quartel de Moncada, tem a participação de várias delegações estrangeiras solidárias à Cuba: brasileiros, espanhóis, costarriquenhos, argentinos, portugueses, estadunidenses, canadenses e austríacos que eu me lembro! 


A comemoração do 26 de Julho no Quartel de Moncada

O nascer do sol no Quartel de Moncada 



Tem bandeira por todo lado! Aqui num bar!

Bandeiras nas casas.















O ato tem continuidade num outro espaço chamado SEGUNDA FRENTE, onde foi realizado um ato internacionalista, no monumento em homenagem aos guerrilheiros que tombaram na luta pela soberania de Cuba, um espaço muito bonito e extremamente simbólico onde são homenageados os heróis cubanos. Os representantes das delegações internacionais fizeram discurso falando de suas próprias lutas por democracia, soberania, igualdade e justiça e da solidariedade à Revolução e ao povo cubano e a todas as lutas de todos os países por democracia, soberania e igualdade. O lugar é extremamente bonito, repleto de simbolismo e o ato, sob um sol escaldante, durou cerca de duas horas.



 


Às 12:30h almoçamos no El Gourmet e às 14:30h fomos visitar o Cemitério de Santa Efigênia onde estão sepultados Fidel e José Martí. O cemitério é muito bonito, repleto de bandeiras e guardado por oficiais durante as 24hs do dia, tivemos a oportunidade de assistir ao ritual da troca de guarda, extremamente solene, sincronizado, bonito. Aí estão também a "Mãe da Pátria" e o "Pai da Pátria" a Mãe é uma mulher que enviou todos os seus filhos à guerra pela soberania de Cuba, o Pai era um estrangeiro rico que doou, voluntariamente, toda a sua fortuna a Cuba, muito antes da Revolução! O túmulo de Fidel é apenas uma imensa pedra e nosso guia nos conta que Fidel pediu que nenhuma estátua ou monumento fosse feito em sua homenagem, ele queria que sua lembrança permanecesse apenas no coração e na mente dos cubanos. O túmulo de José Martí é uma construção maior onde há uma escultura, uma chama que está sempre acesa e uma bandeira de Cuba. Visitamos os túmulos também da mãe e do pai da Pátria - eles não são um casal e pudemos ver cidadãos santiaguenses que lá foram naquele 22 de julho para homenageá-los com flores! 


Entrada do Cemitério de Santa Ifigênia em
Santiago de Cuba.
Essa pedra grande e em estado bruto é o
túmulo do Comandante Fidel Castro. 


Ao fundo monumento aos heróis da Revolução!

Túmulo da Mãe da Pátria.
Túmulo de José Martí.
 Fizemos um tour pela cidade e fomos ao banho e jantar no hotel. Alguns dos nossos amigos, mais animados, foram ver o carnaval de Santiago, que, segundo eles, foi mais uma experiência muito boa e repetiu, só que em proporção maior, o carnaval de Santa Clara! Amaram a sensação de poder desfrutar de um evento e sentir total segurança para ir e vir! Eu e alguns outros ficamos no hotel, assistimos a mais um show musical e de dança de uma de nossas companheiras - animadíssima e boa dançarina - e fomos dormir.

O décimo dia, 27 de julho, foi bastante cheio; saímos de manhã em carros com tração nas quatro rodas rumo a Gran Piedra, no caminho paramos no Jardim Botânico de Santiago que nos foi apresentado pela simpática jardineira e deputada da Assembleia Nacional de Cuba: Glória Maria, que gosta de ser chamada de "Mamita". Cheia de sorrisos  e de amor pelo seu jardim e pelo seu povo, Mamita vai nos mostrando as flores, falando sobre elas e sobre o seu trabalho como jardineira e deputada, dos benefícios que conseguiu para sua comunidade, como placas de energia solar e transporte coletivo e nos fala ainda do alojamento que pretende construir ali nos arredores do Jardim Botânico e nos convida a voltar a Santiago e nos hospedarmos lá; diz que vai fazer comida para nós e que os músicos de sua comunidade vão se apresentar para nós e que vai ser uma festa muito bonita e alegre, cubana. Fala ainda sobre o seu trabalho na Assembleia Nacional, das reuniões que participa uma vez por quinzena em Havana e da Reforma Constitucional que está sendo feita em Cuba e que vai ser submetida ao povo em referendo.


Mamita - Jardineira e Deputada Constituinte
no seu Jardim Botânico
Primeiro lance da GRAN PIEDRA! 
                    

La Gran Piedra cá de baixo!

Parte da turma lá no topo da Gran Piedra!
Demos tchau a Mamita e fomos ver a Gran Piedra; Gastón conta que a Gran Piedra está situada no maciço montanhoso da Sierra Maestra a mais de 1200 m acima do nível do mar e que ninguém sabe como a pedra foi parar ali e a pedra realmente é muito bonita, antes de iniciar a subida tomamos um café orgânico e forte no restaurante ao pé da Pedra, subimos por uma escada-trilha e lá no alto estava a Pedra com uma outra escada que nos permitia chegar ao seu topo para apreciar a vista e fazer fotos, além de curtir a sensação top de estar lá no alto, em cima da Gran Piedra. Ficamos lá um pouco, compramos lembrancinhas, tiramos fotos, tentamos identificar as cidades lá de cima e depois descemos, almoçamos no restaurante ali no pé da Gran Piedra e fomos ao Museu Isabelica, que era a escrava cozinheira por quem o fazendeiro francês tinha "afeição especial". O local é uma antiga fazenda de café de propriedade francesa, na qual o trabalho era feito por escravos, vindos, especialmente, do Haiti. Bonita a fazenda, bastante preservada e ali se podia ver várias peças que remetiam à escavidão dos negros em Cuba e o que mais nos impressionou foi um buraco redondo no chão, onde, Mamita já havia nos adiantado, os feitores açoitavam as escravas grávidas sem colocar em risco a nova e valiosa "propriedade" que elas traziam no ventre; as escravas eram deitadas ao chão com a barriga encaixada no buraco e então eram surradas nas costas, nádegas e pernas! Percorrido o Museu Isabelica, incluindo a cozinha grande e bem equipada que a cozinheira tinha para cozinhar delícias para o seu amo, descemos à cidade e, como tínhamos um tempo a mais, pagamos um extra aos táxis para nos levarem ao Castelo de São Pedro da Roca, um castelo/forte, simplesmente maravilhoso, de onde os cubanos, associados aos espanhóis, lutaram contra os franceses, além de ter sido palco de diversos combates contra os piratas do mar do Caribe.


Entrada da Fazenda Isabelica
A cozinha de Isabelica!








O Castelo de São Pedro da Roca.
Um pedaço do Castillo de San Pedro De La Rocca.
A vista desde o Castelo São Pedro da Roca

Retornamos ao hotel, banho, jantar e fomos passear pela noite de Santiago! 
O décimo-primeiro dia, 28 de julho, começou com um Encontro na Sede do ICAP de Santiago de Cuba com seis integrantes da Associação de Combatentes da Revolução. Foi um encontro emocionante, onde ouvimos encantados os relatos e os conselhos daqueles senhores e daquela senhora que falavam de forma tão convicta sobre o seu amor à Pátria, sobre a solidariedade, sobre a soberania dos países latinos sempre ameaçada pelo imperialismo estadunidense principalmente, nas últimas décadas.

Uma combatente internacionalista.

Os combatentes da Revolução.

A visita ao Museu da Guerra Hispano/cubana X americana não aconteceu, o Museu estava fechado e fomos então à Granjita Siboney, casa em que se abrigaram os guerrilheiros que participaram do Assalto ao Quartel de Moncada e lá, mais uma vez, vimos como eram jovens, idealistas e valentes os jovens revolucionários que lutaram para libertar Cuba dos grilhões de Batista e dos ianques. E, em seguida uma visita rápida à bonita Praça Céspedes, em Santiago de Cuba. 
       
   


La Granjita Siboney - Entrada.
Carro usado por Fidel para conhecer a Granjita.
Placa afixada na Granjita! 
Lista dos guerrilheiros que participaram do
Assalto ao Quartel de Moncada.  
Igreja na Praça Céspedes - Santiago de Cuba


Um pouco da Praça Céspedes.
     

Retornamos a cidade, almoçamos e partimos para Camaguey onde chegamos à noitinha e fomos passear pela cidade, pegamos uma chuva leve, mas, mesmo assim andamos pelas ruas do centro dessa bela cidade, vimos belos passeios, uma rua repleta de cinemas, ruas largas com bares interessantes e, pela primeira vez em toda a viagem, alguns policiais fardados andando pelas ruas. 

Um pedacinho de Camaguey.
O penúltimo dia passamos todos na estrada, almoçamos em Villa Clara e chegamos em Havana às 18:30 fomos ao jantar de despedida no restaurante Fusion Habana, onde saboreamos deliciosa comida e excelentes drinks. Em seguida os animados fomos a um bar assistir uma banda cubana de jazz, um show maravilhoso, jazz "percursionado" com excelentes músicos!    


Com os nossos simpáticos anfitriões! 

Nosso quarto na casa em que ficamos
em Camaguey.
Com Harolds o condutor que nos transportou em toda a visita.




A banda de jazz! 
















Saímos do show e fomos a pé para casa com a intenção de no caminho sentar mais um pouquinho em algum barzinho e tomar mais uma cerveja, sentamos em dois, o último, uma espécie de trailler, a cerveja estava quente, infelizmente. Bora dormir!

Na parte da manhã do último dia passeamos pelo hall do Hotel Habana Libre - próximo às casas em que estávamos hospedadas - e pelas feirinhas e lojas do entorno para comprar souvenirs, voltamos à casa para despedir de Míriam e partimos para o aeroporto, onde ainda compramos, nas lojas do "free shop" algumas garrafas de run e tchau Cuba, "hasta pronto"! 
  
No aeroporto de Havana, esperando o embarque!
Voamos para Lima, onde tomamos uma deliciosa cuzquenha no aeroporto e embarcamos para São Paulo! Pronto, chegamos ao Brasil e a saudade de Cuba já bate forte, quero voltar em dezembro deste ano numa BRIGADA para trabalhar em prol da Revolução Cubana e em novembro de 2019 pra comemorar os 500 anos da Ilha! #TeQuieroCuba! 

Impressões de uma das companheiras de viagem na sua volta a Cuba após cinco anos:
"Reencontrei Havana e Santiago de Cuba com bastante novidades, muitos restaurantes e vivendas novas, com produtos de qualidade e de ofertas variadas, tive a impressão que com o desenvolvimento do programa dos "conta propistas" fez muito bem à vida econômica do país! Na prática do dia a dia, não posso dizer como especialista porque não sou uma, então digo como usuária de produtos e serviços, é uma percepção de leiga!
Encontrei muitos lugares que fizeram restaurações e lugares que ainda precisam de fazê-los mas o governo continua trabalhando com a dificuldade que o bloqueio econômico impõe ao desenvolvimento da Ilha e, sobretudo, o que mais gostei e confirmei porque sempre tive fé na educação que o povo cubano recebeu pela revolução,  que mesmo com a desaparição física do grande líder Fidel Castro, eles continuam reafirmando e lutando pelo caráter socialista da revolução!"



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