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Ponto de "táxi" no interior. |
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Sem legenda |
Bom vamos aos nossos doze dias em Cuba!
Fomos e voltamos em vôos
diferentes, mas, durante doze dias estivemos juntos em Cuba e visitamos as
cidades de Havana, Matanzas/Varadero, Santa Clara, Camaguey e Santiago de Cuba;
para isso rodamos de ônibus quase a ilha inteira.
Na área de desembarque do aeroporto de
Havana, extremamente simples (sim, parecia uma rodoviária de interior) fomos
recebidos pelos companheiros que já haviam chegado e pelo nosso guia, o
simpático Gastón, fizemos o câmbio, comprando com euros alguns CUCs, moeda
cubana para turistas. Gastón nos levou até o ônibus, nos apresentou o motorista
Harolds - extremamente competente, simpático e gentil - que também esteve
conosco nos doze días que lá estivemos. No ônibus nos foi servido um lanche:
pão com presunto e mussarela e refrigerante tu-cola e rumamos para o Hotel
Copacabana, onde alguns companheiros ficaram hospedados e para casas
particulares, no Bairro de Vedado, onde ficamos os demais. A casa em que fiquei
hospedada era uma casa semelhante à minha própria, só que na minha casa não tem
ar condicionado - que realmente é imprescindível para se lidar com o
calor cubano - extremamente bonita, arejada e agradável. Nossa anfitriã Myriam, dona de simpatia e
presteza infinitas, nos mostrou o quarto-suíte e a varanda em que tomaríamos o
café da manhã, nos deu as chaves e nos propôs um acordo: ia falar devagar para que nós a
entendêssemos e iria nos ensinar um pouco de espanhol e nós, um pouco de
português a ela! Claro que nos apaixonamos! Myriam ainda nos disse que sabia do que estava acontecendo no Brasil e que torcia para que Lula, o candidato do povo, fosse libertado e ganhasse as eleições, ela se juntou a nós no #LulaLibre!
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Havana - rua próxima ao Aeroporto. |
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Arredores de Havana - vista do avião. |
Tomamos um banho rápido e já fomos para o jantar oficial de boas vindas na Casa de la Amistad. A Casa de la Amistad é linda, bastante antiga, ampla, com um jardim maravilhoso, conhecemo-la e fomos a uma pequena lanchonete dentro da Casa para experimentar as cervejas e os drinks cubanos. Cervejas cubanas são duas: Bucanero e Cristal, gostei mais da Bucanero, mais forte, puro malte! Tem também uma cerveja importada muito popular que é a Presidente, importtada de Santo Domingo, mas não gostei dela. Bom, fomos ao jantar e ficamos divididos em duas mesas, na nossa contamos com a presença de Yaris, a responsável do ICAP – Instituto Cultural de Amizade Entre os Povos - pelas relações de amizade com o Brasil. Fizemos já na primeira noite, uma conversa muito boa sobre os desafíos da organização popular, o papel da mídia e a construção de uma alternativa mais justa e igualitária para o povo de um país. Yaris nos fala do bloqueio económico do governo dos Estados Unidos que impõe ao povo cubano uma vida cheia de restrições e vaticina: o único caminho para resistir à dominação imperialista/capitalista é a organização popular, é a conscientização e mobilização do povo. E esclarece: “os governos estadunidenses são nossos inimigos, mas o povo estadunidense não, temos muitos amigos, pessoas que nos são solidárias e que nos ajudam, nos Estados Unidos!”
O jantar e os drinks estavam maravilhosos, as opções de prato principal incluiam: "moros e cristianos”, “ropa vieja”, “lagosta” e “camarones grillados” e uma opção
vegetariana que, confesso, não sei no que consistia; e os drinks: mojito,
daiquiri, cuba libre e cervejas. Bom, terminado o jantar, uns foram dormir, e
outros, menos ajuizados, foram fazer uma primeira visita aos bares de Habana
Vieja!
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Em frente ao Hotel Copacabana |
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A turma na frente da Casa da Amizade |
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O jantar na Casa da Amizade. |
No segundo dia - 19 de julho – Tomamos o café da manhã na simpática varanda da
casa de Myriam, muita fruta (mamão, manga e goiaba), suco, um pão delicioso com
ovos mexidos, café cubano forte e leite. E fomos esperar o ônibus que nos levou a visita guiada ao Museo de
la Revolución, e aí vimos os buracos dos tiros no antigo palácio do governo,
uma porta falsa por onde Batista fugiu, as esculturas em tamanho real de Chê e
Camilo Cienfuegos, ouvimos histórias divertidas deste bem humorado guerrilheiro
e vimos aviões, jeeps e carros usados pelos revolucionários e tombados por
eles, além do belíssimo memorial aos Heróis da Revolução.
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Monumento aos Heróis da Revolução |
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Perto do Museu da Revolução |
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O bar LA BODEGUITA DEL MEDIO. |
E veio o almoço em La
Moneda Cubana, delicioso, com as opções costumeiras, drinks e música cubana ao
vivo. Demos uma volta por
Havana, vendo a parte mais nova e a chamada Havana Velha, como o Mercado São
José estava fechado, dispensamos Gastón e Harolds e fomos bater perna,
simplesmente andar, entrar em bares, ver com nossos próprios olhos um pouco de
Havana a chamada Havana Velha e aí conhecemos o famoso bar La Floridita. E às 21:00hrs fomos
assistir ao Cañonazo, uma cerimônia de tradição secular, dos tempos em que a cidade, estratégicamente
localizada, era protegida de possíveis ataques estrangeiros por mulharas,
mantida até hoje, a tradição. Todos os dias pontualmente às 9h
da noite, Havana treme com um disparo de canhão efetuado no alto
da Fortaleza San Carlos de la Cabaña! A celebração é
realizada por jovens militares vestidos a caráter, com roupas utilizadas por
militares espanhóis no período colonial. Uma bonita e prestigiada cerimônia
assistida por cidadãos cubanos e turistas.
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Fortaleza San Carlos de la Cabaña. |
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Fortaleza San Carlos de la Cabaña. |
No dia 20 de julho, café da manhã e Encontro
com Representantes de diversas organizações da Juventude Cubana: UJC- FEEM –
FEU. Ouvimos e fizemos perguntas; informações importantes: as organizações de
juventude são massivas, a FEU tem espaço e é ouvida de fato na Assembleia
Nacional de Cuba e no Ministério da Educação. Para ter cargo de direção na FEU,
o estudante não precisa ser filiado ao Partido Comunista, todo cidadão cubano
que quer fazer curso superior tem a oportunidade de fazê-lo, basta que tenha
uma história de dedicação aos estudos; os jovens cubanos se formam para melhor
servir à sua patria, Cuba recebe estudantes do mundo inteiro e envía estudantes
a outros países também. Os jovens recém formados já saem da universidade
empregados.
Às 12:00 hrs almoço em
restaurante local (Le Chansonier), sempre com comida gostosa, típica, drinks e
música cubana.
Às 14:00 hrs visitamos a
Federación de Mujeres Cubanas, foi um Encontro muito legal! Conhecemos a Federação, entendemos um pouco de seu funcionamento e organização e ainda conhecemos um pouco da história de algumas mulheres que tiveram papel importante na Revolução Cubana.
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Reunião na Federação Das Mulheres Cubanas. |
Teminado o Encontro fomos, mais uma vez, bater perna em Havana e acabamos
chegando ao Sindicato dos Artistas Cubanos, onde tomamos cerveja, ouvimos
música, assistimos esquetes teatrais com ares de teatro de revista e cantamos
(!!!!!!!!!!!) para eles!!! Haja cara de pau!!! Rsrsrsrs… As apresentações
aconteceram num jardím da casa, foi delicioso! Ao
sair do Sindicato dos Artistas, tomamos o transporte público rumo ao centro de
Havana com o intuito de tomar mais uns drinks e depois fomos ao show do Kelvis
Uchoa, um dos artistas mais queridos pela juventude cubana, no Museu de Arte
Moderna.
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Um passeio-praça em Havana! |
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Mais um pouco da Havana Velha com alguns prédios sendo restaurados. |
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Com Heminguay no bar La Floridita. |
No sábado 21 de julho,
nosso quarto dia em Havana, visitamos o Memorial José Martí. Guiados por um
jovem e simpaticíssimo guía, aprendemos sobre a vida e a história daquele que é
considerado o Apóstolo Nacional de Cuba. O museu é lindíssimo, tem uma arquitetura
maravilhosa, um acervo riquíssimo e está situado numa praça ampla onde estão
prédios ministeriais nos quais estão inscritos os rostos de Camilo e Chê. Este
é o local onde Fidel, muitas vezes fez discursos (longuíssimos) a centenas de
milhares de cidadãos cubanos. E, no último andar do prédio onde está
o museu, um Mirante que nos dá uma linda visão de Havana do alto.
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Camilo Cienfuegos - Praça da Revolução - Havana |
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Museu José Martí - Havana |
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Catedral - Havana |
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Havana vista do Mirador do Museu José Martí. |
Demoramos bem mais que o
previsto aí e depois fomos ao Museu da Denúncia, um museu moderno e interativo
que denuncia as ações criminosas dos Estados Unidos contra a Revolução Cubana, nesse Museu estão documentados fatos da guerra de contra-informação, da guerra
biológica, do sequestro de crianças cubanas, dos atentados contra Fidel, da
batalha de Girón e outros fatos da historia nacional posterior a 1959.
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Museu da Denúncia |
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Museu da Denúncia |
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Museu da Denúncia - vítima da guerra bacteriológica |
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Museu da Denúncia |
Às 13:00 hrs almoçamos
no restaurante La Casa.
E já às 16:30 chegamos
ao Museu de Belas Artes, que visitamos de forma muito corrida e onde tivemos,
uma pequena amostra da arte (pintura e escultura) cubana. Uma pena ter sido
corrida essa visita, mas os dois museus anteriores foram visitas valiosíssimas
em que aprendemos muito, não podemos ter tudo!
Andamos um pouquinho por
Havana Velha, passamos pelo Bar La Bodeguita e fomos assistir ao Show de Omara Portuondo, a Diva adorada
pelos cubanos, com quase noventa anos a cantora fez um show belíssimo,
acompanhada por jovens cantores e músicos cubanos, foi ovacionada por todos
nós! E ainda fomos dar uma voltinha pelo Marejón!
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Uma rua de Havana Velha |
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A praça, os prédios e os carros antigos, lindos!
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Omara Portuondo em Show na Praça. |
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Uma rua qualquer no Bairro de Vedado |
No quinto dia, domingo
22 de julho, saimos para Varadero, e passamos, já em Matanzas, no Castillo de San Severino para conhecer la Ruta del Esclavo e o Museu da Escravidão.
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Matanzas - Ruta del Esclavo |
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Museu da Escravidão - Matanzas |
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Museu da Escravidão - Matanzas |
Almoçamos no
restaurante El Chiquirrín e fizemos uma rápida passagem pelo centro da cidade de
Matanzas, chegamos às 16:00 hrs no Hotel de Varadero Arenas Doradas.
O
sexto dia, 23
de julho, foi livre em Varadero, vida mansa, praia linda, drinks deliciosos,
caminhadas pela praia e show à noite no hotel.
No sétimo dia, 24 de
julho, saímos cedo para Santa Clara. Fomos, na chegada a Santa Clara, conhecer o
museu do Trem Blindado; numa "praça" estão lá alguns vagões do antigo
trem, símbolo de uma vitória da inteligência; ali estão vários objetos usados
naquela batalha, desde camas até armas, passando por objetos pessoais dos
guerrilheiros. Ali, Chê, numa manobra ousada, venceu a batalha no blefe, evitou
muitas mortes e conquistou soldados adversários para as fileiras da
Revolução.
Em seguida fomos ao Complexo “Ernesto
Guevara”, onde está o mausoléu de Chê e outros heróis nacionais, a estátua
gigante de Chê, o museu, a tribuna e os mármores
dos nichos onde descansam vários dos companheiros de Che Guevara na guerrilha
que organizou na Bolívia nos anos 1960.
Trata-se de uma praça, grande, bonita e bem cuidada onde o povo de Santa Clara,
de Cuba e do mundo inteiro reverenciam o herói de muitas batalhas pela
igualdade, pela dignidade e pela soberania dos povos
latino-americanos.
Às 12:30hrs almoçamos no
restaurante La Granjita e, depois da boa comida, alguns drinks e boa música
fomos visitar a
policlínica Marta Abreu, onde médicos e enfermeiros muito simpáticos nos
receberam e explicaram um pouco sobre o sistema de saúde de Cuba. Os médicos
afirmam que a Saúde aqui é organizada a partir de dois princípios básicos: a
prevenção e a integração. A organização básica é por meio dos chamados médicos de
família, sistema onde as localidades são divididas e cada médico fica
responsável pelas famílias de uma área circunscrita, que recebem a visita do
médico, no mínimo, uma vez a cada seis meses. Tivemos várias informações, me
lembro de algumas: o remédio mais caro de Cuba custa o correspondente a US$1;
Cuba já tem a vacina contra o câncer de pulmão, quando uma pessoa adoece o seu
médico a acompanha até que ela esteja curada, mesmo que ela tenha que ser
encaminhada a outro(s) médico(s); Cuba não tem problema com drogas e começa a
ter alguns casos de alcoolismo; de fato, andando pelas ruas das cidades, não
vimos o que aqui chamamos de "noiados", não vimos moradores de rua,
não vimos crianças pedindo, encontramos em todas as praças que visitamos apenas
dois senhores idosos que pareciam estar bêbados.
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Estátua Gigante de CHE - Santa Clara |
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Che e sua declaração de amor à América Lat |
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A equipe de profissionais do Centro de Saúde de Santa Clara |
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Tabela de preços dos serviços de saúde |
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Consultório Dentário |
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O Corredor do Centro de Saúde. |
Após essa visita fizemos um pequeno passeio
pelo centro de Santa Clara e mais uma vez, constamos uma cidade
"normal" com casas mais antigas e sem conservação, com casas simples
mas bem conservadas, com pequenos estabelecimentos comerciais, com gente
vendendo coisas na rua, especialmente verduras, com pessoas trabalhando e
levando a vida normalmente.
Fomos ao alojamento do ICAP, não falei antes
sobre isso, mas, o acesso a internet em Cuba ainda é muito restrito e depende
da aquisição de um cartão onde raspamos um número de usuário e uma senha e, em
locais determinados onde há wifi público, acessamos a internet, é assim que
funciona para os cidadãos cubanos também, porém para eles o cartão custa bem
mais barato; eu, comprei um cartão que me dava direito a cinco horas de acesso
por cinco CUC's (+ ou - R$20,00). No ICAP aconteceria um encontro improvisado com
estudantes estrangeiros que acabou não ocorrendo, jantamos e ficamos num longo
e agradável bate-papo com o nosso guia nos jardins do alojamento, uma
cervejinha e fomos dormir. . Duas companheiras foram para o carnaval que,
segundo elas, estava ótimo, participação popular, de artistas, bem organizado,
sem nenhum ato de violência ou confusão, com famílias inteiras participando e
se divertindo em total segurança, uma experiência ímpar para elas e dizem as
más línguas que ainda rolou um flerte com um cubano bonitaço! Rsrsrs....
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Catedral de Santa Clara |
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Academia privada. |
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Recepção da Academia |
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O antigo e o moderno em Santa Clara |
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Pátio do ICAP Santa Clara |
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Restaurante - Santa Clara |
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Pátio ICAP Santa C |
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Fidel na Praça de Santa Clara |
No oitavo dia, 25 de julho, saímos
cedo rumo a Santiago de Cuba, às 12:30hrs
almoçamos em Camagüey no simpático Campana de Toledo, e
vimos um pouco de Camaguey, uma cidade extremamente simpática e mais bonita que
Santa Clara. Nas estradas de Cuba - tal como as do Brasil, algumas estreitas,
sem acostamento, com asfalto em más condições e outras duplicadas e lisas - o
trânsito não é muito fácil, pois muitas vezes o ônibus fica por algum tempo
retido, impedido de ultrapassar se a via é estreita, atrás de um trator, uma
carroça, um caminhão velho ou uma bicicleta ampliada que transporta pessoas e,
nesse ritmo chegamos a Santiago por volta de 20:30h, jantamos e fomos dormir,
visto que, no dia seguinte acordaríamos as 3h da madrugada para participar do
Ato em comemoração ao Assalto ao Quartel de Moncada. A data 26 de julho é uma
data importantíssima para os cubanos, em muitas janelas e sacadas vimos
bandeiras de Cuba e dessa data estendidas juntas e vimos povo na rua
participando das comemorações.
O ato do dia 26 de Julho, extremamente
formal, começou pontualmente às 05:12, horário em que há 65 anos o quartel foi
tomado de assalto pelos guerrilheiros. A cerimônia tem apresentação de grupos
de crianças, orquestra com bailarinos e discursos de autoridades, sendo o ápice
o discurso de Raul Castro que, ao contrário do irmão Fidel, não falou por
horas, fez um discurso de 30min, provavelmente, falando sobre a revolução,
sobre os heróis cubanos, sobre a soberania nacional e sobre a constituição
cubana que está sendo revista e será submetida a referendo popular quando
aprovada pela Assembleia Nacional de Cuba. Raul falou também sobre o Brasil,
falou do golpe de estado, travestido de impeachment, promovido no Brasil com a
cumplicidade do judiciário e da mídia, da prisão injusta de Lula que foi
condenado sem provas por uma justiça partidária e vaidosa que adora os
holofotes da mídia conservadora do Brasil. O ato, no quartel de Moncada, tem a
participação de várias delegações estrangeiras solidárias à Cuba: brasileiros,
espanhóis, costarriquenhos, argentinos, portugueses, estadunidenses, canadenses
e austríacos que eu me lembro!
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A comemoração do 26 de Julho no Quartel de Moncada |
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O nascer do sol no Quartel de Moncada |
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Tem bandeira por todo lado! Aqui num bar! |
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Bandeiras nas casas. |
O ato tem continuidade num outro espaço
chamado SEGUNDA FRENTE, onde foi realizado um ato internacionalista, no
monumento em homenagem aos guerrilheiros que tombaram na luta pela soberania de
Cuba, um espaço muito bonito e extremamente simbólico onde são homenageados os
heróis cubanos. Os representantes das delegações internacionais fizeram
discurso falando de suas próprias lutas por democracia, soberania, igualdade e
justiça e da solidariedade à Revolução e ao povo cubano e a todas as lutas de
todos os países por democracia, soberania e igualdade. O lugar é extremamente
bonito, repleto de simbolismo e o ato, sob um sol escaldante, durou cerca de
duas horas.
Às 12:30h almoçamos no El Gourmet e às
14:30h fomos visitar o Cemitério de Santa Efigênia onde
estão sepultados Fidel e José Martí. O cemitério é muito bonito,
repleto de bandeiras e guardado por oficiais durante as 24hs do dia, tivemos a
oportunidade de assistir ao ritual da troca de guarda, extremamente solene,
sincronizado, bonito. Aí estão também a "Mãe da Pátria" e o "Pai
da Pátria" a Mãe é uma mulher que enviou todos os seus filhos à guerra pela
soberania de Cuba, o Pai era um estrangeiro rico que doou, voluntariamente, toda a sua fortuna a Cuba, muito antes da Revolução! O túmulo de Fidel é apenas uma imensa pedra e nosso guia nos
conta que Fidel pediu que nenhuma estátua ou monumento fosse feito em sua
homenagem, ele queria que sua lembrança permanecesse apenas no coração e na mente dos
cubanos. O túmulo de José Martí é uma construção maior onde há uma escultura,
uma chama que está sempre acesa e uma bandeira de Cuba. Visitamos os túmulos
também da mãe e do pai da Pátria - eles não são um casal e pudemos ver cidadãos
santiaguenses que lá foram naquele 22 de julho para homenageá-los com
flores!
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Entrada do Cemitério de Santa Ifigênia em
Santiago de Cuba. |
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Essa pedra grande e em estado bruto é o
túmulo do Comandante Fidel Castro. |
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Ao fundo monumento aos heróis da Revolução! |
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Túmulo da Mãe da Pátria. |
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Túmulo de José Martí. |
Fizemos um tour pela cidade e fomos ao banho
e jantar no hotel. Alguns dos nossos amigos, mais animados, foram ver o
carnaval de Santiago, que, segundo eles, foi mais uma experiência muito boa e
repetiu, só que em proporção maior, o carnaval de Santa Clara! Amaram a
sensação de poder desfrutar de um evento e sentir total segurança para ir e
vir! Eu e alguns outros ficamos no hotel, assistimos a mais um show musical e
de dança de uma de nossas companheiras - animadíssima e boa dançarina - e fomos
dormir.
O décimo dia, 27 de julho, foi bastante
cheio; saímos de manhã em carros com tração nas quatro rodas rumo a Gran
Piedra, no caminho paramos no Jardim Botânico de Santiago que nos foi
apresentado pela simpática jardineira e deputada da Assembleia Nacional de Cuba:
Glória Maria, que gosta de ser chamada de "Mamita". Cheia de
sorrisos e de amor pelo seu jardim e pelo seu povo, Mamita vai nos
mostrando as flores, falando sobre elas e sobre o seu trabalho como jardineira
e deputada, dos benefícios que conseguiu para sua comunidade, como placas de
energia solar e transporte coletivo e nos fala ainda do alojamento que pretende
construir ali nos arredores do Jardim Botânico e nos convida a voltar a
Santiago e nos hospedarmos lá; diz que vai fazer comida para nós e que os
músicos de sua comunidade vão se apresentar para nós e que vai ser uma festa
muito bonita e alegre, cubana. Fala ainda sobre o seu trabalho na Assembleia
Nacional, das reuniões que participa uma vez por quinzena em Havana e da
Reforma Constitucional que está sendo feita em Cuba e que vai ser submetida ao
povo em referendo.
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Mamita - Jardineira e Deputada Constituinte
no seu Jardim Botânico |
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Primeiro lance da GRAN PIEDRA! |
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La Gran Piedra cá de baixo! |
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Parte da turma lá no topo da Gran Piedra! |
Demos tchau a Mamita e fomos ver a Gran
Piedra; Gastón conta que a Gran Piedra está situada no maciço montanhoso da
Sierra Maestra a mais de 1200 m acima do nível do mar e que ninguém sabe como a
pedra foi parar ali e a pedra realmente é muito bonita, antes de iniciar a
subida tomamos um café orgânico e forte no restaurante ao pé da Pedra, subimos
por uma escada-trilha e lá no alto estava a Pedra com uma outra escada que nos
permitia chegar ao seu topo para apreciar a vista e fazer fotos, além de curtir
a sensação top de estar lá no alto, em cima da Gran Piedra. Ficamos lá um
pouco, compramos lembrancinhas, tiramos fotos, tentamos identificar as cidades
lá de cima e depois descemos, almoçamos no restaurante ali no pé da Gran Piedra
e fomos ao Museu Isabelica, que era a escrava cozinheira por quem o fazendeiro
francês tinha "afeição especial". O local é uma antiga fazenda de
café de propriedade francesa, na qual o trabalho era feito por escravos,
vindos, especialmente, do Haiti. Bonita a fazenda, bastante preservada e ali se
podia ver várias peças que remetiam à escavidão dos negros em Cuba e o que mais
nos impressionou foi um buraco redondo no chão, onde, Mamita já havia nos
adiantado, os feitores açoitavam as escravas grávidas sem colocar em risco a
nova e valiosa "propriedade" que elas traziam no ventre; as escravas
eram deitadas ao chão com a barriga encaixada no buraco e então eram surradas
nas costas, nádegas e pernas! Percorrido o Museu Isabelica, incluindo a
cozinha grande e bem equipada que a cozinheira tinha para cozinhar delícias
para o seu amo, descemos à cidade e, como tínhamos um tempo a mais, pagamos um
extra aos táxis para nos levarem ao Castelo de São Pedro da Roca, um castelo/forte,
simplesmente maravilhoso, de onde os cubanos, associados aos espanhóis, lutaram
contra os franceses, além de ter sido palco de diversos combates contra os
piratas do mar do Caribe.
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Entrada da Fazenda Isabelica |
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A cozinha de Isabelica! |
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O Castelo de São Pedro da Roca. |
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Um pedaço do Castillo de San Pedro De La Rocca. |
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A vista desde o Castelo São Pedro da Roca |
Retornamos ao hotel, banho, jantar e fomos
passear pela noite de Santiago!
O décimo-primeiro dia,
28 de julho, começou com um Encontro na Sede do ICAP de Santiago de Cuba com
seis integrantes da Associação
de Combatentes da Revolução. Foi um encontro emocionante, onde ouvimos
encantados os relatos e os conselhos daqueles senhores e daquela senhora que
falavam de forma tão convicta sobre o seu amor à Pátria, sobre a solidariedade,
sobre a soberania dos países latinos sempre ameaçada pelo imperialismo
estadunidense principalmente, nas últimas décadas.
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Uma combatente internacionalista. |
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Os combatentes da Revolução. |
A visita ao Museu da
Guerra Hispano/cubana X americana não aconteceu, o Museu estava fechado e fomos
então à Granjita
Siboney, casa em que se abrigaram os guerrilheiros que participaram do Assalto
ao Quartel de Moncada e lá, mais uma vez, vimos como eram jovens, idealistas e
valentes os jovens revolucionários que lutaram para libertar Cuba dos grilhões
de Batista e dos ianques. E, em seguida uma visita rápida à bonita Praça Céspedes, em Santiago de Cuba.
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La Granjita Siboney - Entrada. |
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Carro usado por Fidel para conhecer a Granjita. |
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Placa afixada na Granjita! |
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Lista dos guerrilheiros que participaram do
Assalto ao Quartel de Moncada. |
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Igreja na Praça Céspedes - Santiago de Cuba |
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Um pouco da Praça Céspedes. |
Retornamos a cidade,
almoçamos e partimos para Camaguey onde chegamos à noitinha e fomos passear
pela cidade, pegamos uma chuva leve, mas, mesmo assim andamos pelas ruas do
centro dessa bela cidade, vimos belos passeios, uma rua repleta de cinemas,
ruas largas com bares interessantes e, pela primeira vez em toda a viagem,
alguns policiais fardados andando pelas ruas.
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Um pedacinho de Camaguey. |
O penúltimo dia passamos todos na estrada,
almoçamos em Villa Clara e chegamos em Havana às 18:30 fomos ao jantar de
despedida no restaurante Fusion Habana, onde saboreamos deliciosa comida e
excelentes drinks. Em seguida os animados fomos a um bar assistir uma banda cubana de jazz, um show maravilhoso, jazz "percursionado" com excelentes
músicos!
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Com os nossos simpáticos anfitriões! |
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Nosso quarto na casa em que ficamos
em Camaguey. |
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Com Harolds o condutor que nos transportou em toda a visita. |
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A banda de jazz! |
Saímos do show e fomos a pé para casa com a
intenção de no caminho sentar mais um pouquinho em algum barzinho e tomar mais
uma cerveja, sentamos em dois, o último, uma espécie de trailler, a cerveja
estava quente, infelizmente. Bora dormir!
Na parte da manhã do último dia passeamos
pelo hall do Hotel Habana Libre - próximo às casas em que estávamos hospedadas
- e pelas feirinhas e lojas do entorno para comprar souvenirs, voltamos à casa para
despedir de Míriam e partimos para o aeroporto, onde ainda compramos, nas lojas
do "free shop" algumas garrafas de run e tchau Cuba, "hasta
pronto"!
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No aeroporto de Havana, esperando o embarque! |
Voamos para Lima, onde tomamos uma deliciosa cuzquenha no
aeroporto e embarcamos para São Paulo! Pronto, chegamos ao Brasil e a saudade
de Cuba já bate forte, quero voltar em dezembro deste ano numa BRIGADA para
trabalhar em prol da Revolução Cubana e em novembro de 2019 pra comemorar os
500 anos da Ilha! #TeQuieroCuba!
Impressões de uma das companheiras de viagem na sua volta a Cuba após cinco anos:
"Reencontrei Havana e Santiago de Cuba com
bastante novidades, muitos restaurantes e vivendas novas, com produtos de
qualidade e de ofertas variadas, tive a impressão que com o desenvolvimento do
programa dos "conta propistas" fez muito bem à vida econômica do
país! Na prática do dia a dia, não posso dizer como especialista porque não sou
uma, então digo como usuária de produtos e serviços, é uma percepção de leiga!
Encontrei muitos lugares que fizeram
restaurações e lugares que ainda precisam de fazê-los mas o governo continua
trabalhando com a dificuldade que o bloqueio econômico impõe ao desenvolvimento
da Ilha e, sobretudo, o que mais gostei e confirmei porque sempre tive fé na
educação que o povo cubano recebeu pela revolução, que mesmo com a
desaparição física do grande líder Fidel Castro, eles continuam reafirmando e
lutando pelo caráter socialista da revolução!"
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