Mônica Vermelha

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A educação no Brasil: uma tristeza!

Há alguns meses apareceu na internet, via orkut, a professora Amanda Gurgel. Vinda do Rio Grande do Norte, aquela professora, conseguiu graças ao seu discurso franco, honesto e absolutamente real mostrar ao país inteiro a verdadeira situação da educação no Brasil.
Os elogios vieram de todas as partes, inclusive dos seus opositores, finalmente, alguém usava uma estratégia inteligente para mostrar ao Brasil inteiro o que estava e ainda está acontecendo na educação brasileira; e o mais triste é exatamente isso: nas escolas tudo continua exatamente do mesmo jeito, é como se Amanda Gurgel nunca tivesse existido, nunca tivesse desnudado toda a injustiça que se comete contra os professores neste país.
Eu já fui professora da educação básica. Há uns treze anos atrás e por apenas um ano e meio. Dava poucas aulas e trabalhava numa escola municipal em Belo Horizonte. Acabei saindo para lecionar no ensino superior que, oferecia um retorno financeiro melhor. Como professora da educação básica pública é só essa a minha experiência, mas eu também sou funcionária da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, e nessa condição, muitas vezes eu conversei, eu debati, eu tentei contribuir para que a educação ali aonde eu estava pudesse ser melhor; contribui inclusive, fazendo greve junto com os professores da rede estadual de Minas Gerais. Até que um dia eu desisti, eu resolvi que não queria mais participar da enganação promovida pelo governo estadual, da qual o governo federal também participa. Sim, é uma enganação, a educação no Brasil é feita para dar errado e para culpabilizar os professores. É certo que existem muitos professores ruins, picaretas, maus profissionais; mas a imensa maioria dos professores deste país é apenas vítima passiva, consciente ou revoltada do teatro perverso e de mau gosto que é a educação brasileira. Na escola, normalmente falta tudo, mas isso não seria tão grave se não faltasse principalmente seriedade, competência e um mínimo de senso da parte daqueles que pensam e que ditam as regras na educação. No reino da educação, os mesmos erros são cometidos há duzentos ou trezentos anos, os nomes mudam, mas a prática não pode mudar, tudo é proibido e o diálogo, ah! o diálogo ainda não foi apresentado à educação de Minas Gerais. É verdade que, de vez em quando, acontecem reuniões, seminários, congressos, conferências; mas nestes uns falam, outros escutam; quem devia ouvir, faz-se de surdo; quem devia falar é censurado ou desiste diante da surdez institucional. É triste, na verdade é deprimente, mas se as coisas continuarem do jeito que elas têm sido nos últimos vinte anos, a educação neste país não vai melhorar nunca. Vai apenas continuar servindo a alguns propósitos básicos: produzir analfabetos totais e funcionais, estatísticas animadoras para serem exibidas nos meios de comunicação social e professores doentes, frustrados e completamente acomodados. Sei não, talvez este país precise de uma anti-anestesia, parece que estamos todos dopados! PS. Acabei misturando Minas e o Brasil, não foi por acaso não, é que, pelo que já ouvi de inúmeros companheiros, nos outros Estados, as coisas não são diferentes. Aliás, para muitos o Estado de Minas Gerais é posto como modelo. Parece piada, mas não é.

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