Mônica Vermelha

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terça-feira, 13 de março de 2012

Meio ambiente: e agora, José?

A questão ambiental é uma questão muito controversa para os países em desenvolvimento, pois são países que, em princípio, precisam se industrializar, para alcançar melhores níveis de desenvolvimento econômico e, se Deus intervier, social. Vários autores (Guiddens, Furtado, Dowbor) se debruçaram sobre esse tema e argumentaram que o nível de desenvolvimento e de consumo alcançado pelos países ricos
não pode ser almejado pelos países pobres, posto que a natureza não suportaria um tal nível de exploração dos seus recursos, de poluição e de lixo produzidos.
Alguns articulistas argumentam ainda que esse desenvolvimento só seria possível mediante a utilização massiva dos recursos naturais e que as tecnologias sustentáveis não são muito viáveis, posto que lentas e onerosas. Na esteira deste, vem outro argumento bastante persuasivo: não é justo que os países mais pobres paguem sozinhos a conta da poluição mundial provocada, principalmente,  pelos altos índices de industrialização e de consumo dos países chamados desenvolvidos. Faz sentido, mas não ajuda muito, infelizmente. Se optarmos pelo desenvolvimento rápido e devastador, talvez consigamos muito desenvolvimento econônico, algum (muito pouco, provavelmente) desenvolvimento social e o aumento das catástrofes naturais aqui e no resto do mundo. Se optarmos pelo desenvolvimento sustentável, o desenvolvimento econômico será bem mais lento, o desenvolvimento social igualmente lento, porém maior e mais consistente e, de quebra, contribuimos um pouco para diminuir a incidência de tragédias ecológicas aqui e no mundo inteiro. Parece que a segunda opção é mais razoável, mas, o fato é que não é justo.  
Os países centrais, e, para variar, os Estados Unidos, principalmente, se recusam terminantemente a rever os seus níveis de consumo e a cumprir metas de despoluição definidas pelos tratados internacionais. Se tivessem um mínimo de racionalidade política e ecológica, pensariam na possibilidade de financiar o desenvolvimento sustentável nos países pobres, seria mais justo e mais inteligente, mas é praticamente impossível que alguma autoridade do "primeiro mundo" pense nessa possibilidade, ainda mais agora que eles andam em crise. Sem poder contar com o bom senso internacional, resta-nos poucas alternativas, meu avô diria que estamos entre a "cruz e a caldeirinha".
Se "morremos" de qualquer jeito, dizem alguns, vamos lá promover o nosso desenvolvimento e gozar os benefícios (e malefícios) dele, enquanto pudermos. O problema, para variar, deságua na velha questão de classe: seja no nível internacional ou nacional, quem vai "pagar o pato" são os pobres (países e cidadãos), aos quais resta sempre os menores benefícios e os maiores malefícios. Fazer o quê, né? É o "marvado" do capitalismo!  

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