Mônica Vermelha

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quarta-feira, 28 de março de 2012

Uma declaração de amor.

Recebi um e-mail contando que o Chico Buarque fez uma música (linda, como sempre) para uma nova namorada, uma moça de cabelo cor de abóbora. Morri de inveja, como quase todas as mulheres inteligentes com mais de trinta anos deste país, que o "conhecem", eu bem que queria estar no lugar dela, mas... seja feliz, Chiquito.

Minha mãe diz que ninguém acha o outro perfeito depois de comer cinquenta gramas de sal com ele, deve ser por isso que eu acho o Chico perfeitíssimo, nunca comi nem um grama de sal com ele, provavelmente nunca comerei, e nem estou triste por isso. Mas que ele é maravilhoso, ele é. É lindo - moreno, olhos verdes, sorriso perfeito - tem um talento do tamanho do mundo, é discretíssimo, é de esquerda, assume os seus cabelos brancos, arrisca-se a um novo amor mesmo assim, só abre a boca para pronunciamentos apropriadíssimos - mais uma prova de sua inteligência - e ainda tem aquela timidez encantadora. É isso, ele é bonito de todas as formas possíveis, de todos os tipos de beleza, e a mim só resta pedir aos céus que lhe conceda a graça de continuar assim, por muitos e muitos anos, para enlevo dos que o amam.
Para endossar e aumentar a minha adoração um dia desses encontrei, numa pesquisa aleatória, essa jóia de frase de sua autoria: "As pessoas têm medo da mudança. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem." Taí Chico, eu também, morro de medo de que as coisas não mudem, de que elas continuem assim, eternamente injustas, violentas, artificiais... Ainda bem que existem pessoas, como você querido, que nos ajudam a ver as flores que brotam entre pedras; que suavizam, com sua poesia, nossos caminhos, às vezes tão áridos.  
E quanto à moça dos cabelos cor de abóbora, ela não precisa se preocupar, basta que ela o ame muito, e que você a ame e que este amor continue sendo derramando em forma de poesia, elegância e lucidez sobre todos aqueles que te amam. Beijos, meu amor.  

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