Mônica Vermelha

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terça-feira, 10 de abril de 2012

Corrupção, lama e uma proposta!

Eu estou de fato estarrecida e, na verdade, com muito dó dos pobres cidadãos que tentam entender o que está acontecendo no "cenário político" deste país, quero dizer, estou com um profundo dó de mim mesma. É simplesmente impossível entender esse imbróglio que envolve DEMóstenes, Cachoeira, Policarpo, Veja, Globo, PSDB, Marconi, Thomaz Bastos, PT; privataria, mensalão etc.
É acusação de tudo que é lado e a verdade parece algo tão longínquo quanto a mais distante e desconhecida estrela que habita o universo interestelar. Triste, deprimente... será que a verdade é só uma quimera, será que a ética, a honestidade e a justiça foram banidas para sempre da face da terra? Será que não vai sobrar ninguém? Será que essa confusão, esse mar de denúncias, não vai acabar nunca? Quando poderemos, enfim, respirar? O povo brasileiro não é santo, todos nós temos nossos pecados, grandes ou pequenos, e já está claro pra todo mundo que é melhor não sair por aí apedrejando os criminosos da vez, mas a gente precisa achar um jeito de dar um basta neste lamaçal, nesta enxurrada de crimes reais, inventados, aumentados ou minimizados. Ninguém aguenta mais essa história de um escândalo a cada meia hora, sem contar as centenas de maracutaias, das ínfimas às gigantescas, que ainda não vieram a tona.
Na verdade eu penso que a gente precisa reagir, que a gente precisa fazer alguma coisa antes que seja definitivamente tarde, neste sentido eu queria fazer uma proposta aos jornalistas, comentaristas, blogueiros, movimentos sociais e cidadãos progressistas deste país: vamos tentar fazer um projeto de lei de iniciativa popular, vamos propor uma reforma política de verdade, vamos colher vinte, trinta milhões (ou mais!) de assinaturas, vamos fazer alguma coisa para salvar esse país, para lavar essa sujeira toda. Vamos sair dessa letargia, dessa impotência, dessa mesmice. Vamos tentar reunir o que sobrou, ou quem sobrou, de minimamente honesto na política, na justiça, na imprensa, na arte, na igreja e fazer uma proposta para que todas as pessoas de bem assinem. Eu tenho algumas idéias: vamos reduzir todos os salários dos cargos políticos, vamos aprovar de uma vez por todas o financiamento público das campanhas eleitorais, com regras claras e rigorosas; vamos lá tentar fazer algo para colocar no poder pessoas menos ambiciosas, menos corruptíveis, mais imunes às pressões e subornos de todo o tipo. Nós temos grandes figuras públicas neste país, em todos os campos, capazes de mobilizar esse sentimento de indignação do povo e canalizar para uma coisa legal para o país. Se a gente conseguir fazer um projeto de lei de iniciativa popular e "colher" vinte ou trinta milhões de assinaturas para o mesmo, nós vamos conseguir, pelo menos, dar início a verdadeira democratização desse país. Sem tentar, se a gente não tomar nenhuma atitude, a gente não tem a menor chance de conseguir melhorar esse país. Se a gente ficar só criticando, nas redes sociais, em revistas progressistas, só lamentando ou esperando uma revolução que não virá nunca, a gente só vai virar espectador da derrocada definitiva do nosso país, da nossa combalida democracia. Em 1988 eu participei da elaboração e assinei, junto com mais um milhão de pessoas, um projeto de lei de iniciativa popular que consagrou a iniciativa popular como instrumento de democracia direta na nossa Constituição. Está lá, e foi pra isso que fizemos aquela emenda popular, para que a vontade do povo tivesse chances efetivas de virar lei. E aí, alguém topa discutir essa idéia?

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