Mônica Vermelha

Pesquisar este blog

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Eu creio num mundo melhor!

Tem uma coisa que tem me incomodado muito ultimamente, quase todo mundo com quem eu converso se diz indignado e descrente em relação ao ser humano. É tanta corrupção, tanta violência gratuita, tanta superficialidade e desonestidade, tantos "desvalores" que acaba ficando difícil ter fé na humanidade.
Obviamente, eu tenho visto quase tudo que anda acontecendo e também fico chocada, embora isso já não esteja muito na moda; hoje em dia as pessoas, de um modo geral, acham tudo normal, já não se assustam com mais nada. Eu tento preservar a minha capacidade de me assustar, de me indignar, de me revoltar, não quero e me recuso terminantemente a me acostumar com a violência, com a corrupção, com a desonestidade, com o consumismo, com as trevas, não quero me conformar com esses tempos sombrios...
Mas, por outro lado, eu tenho sentido uma necessidade imensa de brincar de Poliana, de tentar ver o lado bom das coisas, de ver o lado bom das pessoas, de acreditar que a maioria das pessoas tem boa índole e que a construção de um mundo melhor é possível. Eu sou meio rousseauniana, sempre acreditei e ainda acredito que o "homem" é bom; e não é uma crença ingênua, eu tenho a sorte de ter me relacionado, ao longo de toda a minha vida, com muitas pessoas boas, honestas, dignas, bonitas. Fazendo um balanço geral, a minha experiência me diz que 90% das pessoas são boas, não roubam, não agridem, não mentem (pelo menos não com o intuito de prejudicar o outro), não são violentas... O fato é que o "normal", o "bom" não vira notícia, por isso, quando a gente vive "conectado" com os meios de comunicação de massa o tempo todo, a gente tende a esquecer aquilo que eles esquecem, que a grande maioria das pessoas são boas e honestas. Isso é fato e a maior prova disso é que a gente consegue viver razoavelmente em sociedade.  Se fosse verdade essa história de que ninguém presta, a nossa vida estaria simplesmente inviabilizada: todas as casas seriam assaltadas, todos os carros seriam roubados, todos os desafetos seriam espancados e/ou mortos, todos nós seríamos destruídos em dois tempos. É claro que as leis, o judiciário e as penitenciárias estão aí para nos lembrar que é melhor vivermos em paz e sermos razoáveis, estão aí para reprimir os nossos "instintos e arroubos malévolos"; mas a verdade é que se fôssemos todos, ou a maioria, essencialmente maus, não haveria instituição capaz e nem suficiente para nos conter.
Viver em sociedade, ser cidadão é algo muito trabalhoso e extenuante, agradar a todos é algo impossível, por isso o bem-estar coletivo, a convivência social saudável e prazerosa é algo que temos que construir a cada momento de nossas vidas e isso dá trabalho, exige que dediquemos um pouco do nosso tempo, da nossa energia, dos nossos esforços, da nossa inteligência, exige que sejamos cidadãos ativos, conscientes e participativos. Exige boa-vontade, tolerância, esperança e muita paciência (estas sim, são qualidades raras hoje em dia) e essa dedicação e essas qualidades nós só teremos  se acreditarmos nos nossos semelhantes, se acreditarmos que eles são bons e que esse "investimento no social" vale a pena.

Nenhum comentário: