Mônica Vermelha

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terça-feira, 24 de abril de 2012

Uma parceria infeliz.

Vi na revista Caros Amigos uma Campanha pelo boicote internacional a Israel e me pus a "pensar cá com os meus botões": não seria muito mais justo que parassem de boicotar Cuba, que nunca promoveu assassinatos coletivos em nenhuma nação, e boicotassem Israel que há mais de quarenta anos vem humilhando e assassinando o povo palestino e promovendo o terror  no território da Palestina?
Eu confesso que tem certas coisas que acontecem que simplesmente não "entram na minha cabeça": como é que o mundo, como é que o Brasil, permanece calado diante das atrocidades cometidas por Israel? Por quê nenhum país se manifesta claramente? Por quê esse boicote ainda não teve a adesão de todos os países que se dizem democráticos? Será que é porque Israel tem o apoio do terrorista/imperialista-mor, os Estados Unidos?  
Mas a reportagem da Caros Amigos tratava mesmo era da relações de comércio e de aprendizagem de táticas bélicas que o Brasil manteria com Israel. Confesso que fiquei decepcionada com as informações trazidas pela revista de que o Brasil teria, através do Mercosul, um tratado de livre comércio com Israel, mantém um posto da Forças Armadas Brasileiras em Israel, que estas mantêm contrato com empresas israelenses e que estas (empresas israelenses) têm sido contratadas para garantir a segurança dos turistas (e a insegurança dos nativos?) por ocasião da Copa de 2014 e Olímpiadas de 2016. Tenho a opinião, já manifestada aqui, em outro post, que a política externa é uma das áreas em que o governo Dilma tem sido extremamente feliz, tem acertado, tem mantido uma postura altiva, sem servilismo, falando, lá fora, o que precisa ser falado; mas, sinceramente, agora a coisa ficou diferente: apoiar Israel, manter relações comerciais com o governo israelense, importar armas israelenses, adotar aqui as práticas terroristas praticadas por aquele governo contra civis palestinos é, definitivamente, inaceitável, não combina, é profundamente incoerente. É incoerente porque signifca, no fim das contas, apoiar, respaldar e dar sustentação à política homicida e terrorista que Israel mantém contra os palestinos e contra outras nações muçulmanas. É apoiar e ratificar a idéia estúpida de Israel de se achar superior aos seus vizinhos e de agir como se tivesse direito de matar, oprimir, humilhar e arrancar, com suas unhas sujas de sangue, a dignidade e a honra de um povo que, há tempo demais, tenta resitir a esse atentado contínuo.
Sei que alguns dirão que se deixarmos nossas posições políticas interferir nas relações econômicas, o pais será prejudicado, e talvez seja mesmo. Mas esse economicismo precisa ter limites, o Brasil não pode se aliar, não pode referendar, um país e/ou governo e empresas, terroristas, criminosos, que atentam dioturnamente contra os direitos humanos, que mantêm uma ocupação e uma guerra imperialista, feroz e assassina contra os palestinos, que fabrica armas "não letais" venenosas, tóxicas, que usa táticas de terror, violentas e aviltantes.      

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